Amūrtaḥ: Arte greco-budista XVII

A arte greco-budista

A arte greco-budista é o resultado da influência da cultura grega no continente indiano que iniciou-se na invasão da Índia por Alexandre, o Grande, no século IV A.C. Após a morte do líder macedônio, seu império foi desmembrado e dividido entre seus generais que, por sua vez, constituíram eles mesmos dinastias em seus respectivos territórios. A região da Báctria, atual Afeganistão, assistiu ao nascimento de uma civilização greco-indiana que perdurou por quase quatro séculos.

Diversos reinos gregos no subcontinente indiano sucederam-se uns aos outros e alguns de seus soberanos, como o rei greco-bactriano Demetrius I, são lembrados até hoje por causa de descobertas arqueológicas de moedas de bronze com sua efígie.

Outros há que entraram para História pela grandeza de seu reino e por sua conversão ao budismo, registrada em textos canônicos dessa religião. O Milinda Panha, por exemplo, registra as conversações entre o grego Menandro I, rei de Gandhara, conhecido pelos indianos como Milinda, rei dos Yonakas (jônios), com o sábio Nagasena acerca de temas doutrinais budistas.

A influência grega se fez sentir também na dinastia Maurya, iniciada com Chandragupta Maurya que lutou ao lado de Alexandre e cujo neto, o grande rei Asoka, convertido ao budismo, espalhou sua religião por todos os cantos de seu território e para além dele por meio de missionários.

A própria iconografia budista recebeu a influência de temas artísticos de inspiração grega, como o Buddha de pé em postura apolínea trajando um himation. Em algumas dessas esculturas ou alto-relevos o Sakyamuni aparece protegido por Hérakles, o herói grego.

A arte greco-budista consolidou-se na região de Gandhara, no atual Paquistão, e seus traços distintivos podem ser encontrados na arte do sudeste asiático.

Amūrtaḥ

domingo, 22 de julho de 2018

Arte greco-budista XVII

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